Emprego na construção civil cai 21,4% no Piauí em 2016
Queda no nível de emprego acumulada no ano é a terceira maior do Brasil. Sindicato se preocupa com crescimento do número de desempregados.
Dados do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) mostram que o Piauí está entre os estados que mais perderam empregos na construção civil neste ano. No acumulado do ano até outubro deste ano houve uma queda no nível de emprego de 21%. Entre os trabalhadores, a expectativa é de piora até o fim de 2016 com empresas em dificuldades para pagar o 13° salário.
Segundo o diretor financeiro do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção e do Mobiliário do Médio Parnaíba (Sitricom), José Gomes, os efeitos da queda contínua no nível de emprego são visíveis. “Temos cada vez mais sentido os efeitos desta queda na pele. O sindicato está prestando assistência a cada vez mais trabalhadores que estão fora de obras sofrendo com a falta de trabalho”, explicou Gomes.
Entre as quedas mais expressivas no nível de emprego de janeiro a outubro de 2016 estão os estados de Rondônia (-40,5%), Pará (-25,9%) e Piauí (-21,4%). “É uma queda que afeta direto na obra porque é onde há mais rotatividade”, apontou o diretor financeiro do Sitricom. José Gomes contou que a queda tem acontecido de modo contínuo com a diminuição do ritmo de obras federais e estaduais.
“Desde o ano passado tem acontecido uma queda consistente. No governo federal e estadual as obras segem em ritmo lento. No setor privado, com o investimento as empresas se mantiveram até o meio do ano em bom ritmo”, afirmou José Gomes. O resultado da desaceleração é um ciclo de retração para novos investimentos. “As obras do município estavam razoáveis até outubro, mas entraram em passo de tartaruga. O resultado é desemprego em que ninguém quer arriscar e contratar”, falou.
Na opinião do diretor financeiro do Sitricom a situação do emprego no setor é a pior em muitos anos. “Estamos preocupados porque não tínhamos nos últimos 12 anos chegado a este ponto. Não sei onde vamos chegar porque as empresas tem de pagar o 13° salário. Até o dia 15 ainda virão muitas dificuldades”, analisou. José Gomes conta ainda que novos funcionários foram contratados para apoiar os trabalhadores demitidos.